Retorno ao Passado Presente

    Hoje tive um daqueles relapsos temporais que, eu cresci ou o mundo encolheu, uma breve viagem a quatorze anos atrás trouxe a tona esta sensação.
    Começou  pela rua (a mesma!), sem asfalto com a mesma cor das pedras e a sinuosidadedas curvas, o orelhão no lugar onde parece ter o 'marco zero", a mercearia que parecia ser 'tão grande'... a maior surpresa foi ver a sala de onde era observado a  nossa vida passar, ela era"tão grande', os móveis que lembro eram novos, (hoje  nem existem!), a cozinha todos os armários eram de dar inveja (só restam alguns) o banheiro a única coisa  de muitos anos foi a pia azul.
    A velha casa  não mais existe, no seu lugar apenas tapumes e materiais de contrução, o campo ao lado antes grande para muitas brincadeiras, tem casas, no alto  ainda dá pra ver a escola...(Mas por que se espantar com o lugar, se até as crianças que ontem era, já são pais!). A Laje da casa foi palco de pequenas apresentações com a escova de cabelo de microfone, (as cantoras, pessoas que sonhavam em ser estrelas), o quintal antes era um gramado, agora só calçada (sem ter a corrida do cachorro Bumer).
    Pequenas reuniões (são pequenas só no nome) muitos adultos, poucas crianças mas muitas lembranças. Procurar semelhanças nas criaturinhas de poucas luas é muito engraçado (ainda mais quando não tem nada familiar com seus progenitores). O Barba-Ruiva até deixou escapar um comentário "na minha geração todos nasciam com cara de índio, hoje saem todos nórdicos".
     Quantas conversas  paralelas, comparativas e fuxicos, mas nada profundo quanto as lembranças. Loo (pequeno de poucas luas, com o segredo nos olhos) fez charme, apontou, não queira falar com nimguém, pediu colo, fez arte, havia outras crianças, mas a comemoração da segunda lua do Nicolas foi comportada, o próprio Nicolas  não sabia o que fazer com tantos convidados e paparicos, só vi um sorriso dele quando estava dentro de casa no colo de sua segunda tia.
    O dia estava muito frio (mas muito mesmo!) e chuvoso (mais de três dias) sem a presença do rei maior (sol).
     O que eu aprendi neste dia, nostalgia trás boas lembranças, mas ressuscita as más também, o que nos leva rapidamente para o presente que futuramente terá passado e também será lembrado.


Mil beijos

Medéia

Um comentário:

  1. Esse me fez chorar. Pois me leva pra onde não sei se gostaria de voltar!
    Bj

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